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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Ideias do Curso de Montanha do Exército

No começo do mês de agosto, nós cadetes, fomos enviados pela Polícia Militar de Minas Gerais com a missão de  realizar um curso no 12 Batalhão de Infantaria do exército brasileiro, o 12 BI. O curso nomeado como “Curso Básico de combatente de Montanha” mexeu com um dos mais célebres medos de várias pessoas, o medo de altura!
Mas o que isso tem haver com Liderança? Sabe aquela idéia de aparência mais óbvia, porém real, que você já deve ter escutado de que “antes de liderar os outros devemos nos auto-liderar”! Pois então, apesar do curso ser muito mais ligado ao militarismo do que a função policial, ele tem algo precioso a ensinar: O auto-conhecimento, a capacidade de gerir o próprio medo, a força para continuar... Características comuns para os militares das forças armadas e o das forças policiais.
Vencer o medo de altura, confiar no colega que segura a corda que será a segurança de sua vida caso ocorra um erro na escalada ou no rapel, caminhar para cumprir uma missão nas alturas mesmo com as pernas tremendo, disciplinar a forma de alimentar-se, correr até a exaustão e criar a convicção de que as poucas horas de sono que lhe resta são necessárias para a repetição de tal sacrifício no dia posterior.

A marcha de volta, iniciada as 2horas da madruga e terminada as 11horas da manhã, subindo e descendo morros intermináveis, carregando pesos incômodos na mochila, com as pernas não respondendo algumas vezes aos esforços, com a mente fraquejando diante das ordens, tendo como companheiros o cansaço, a fome e lindas paisagens, ..., deram-me a idéia de que os maiores inimigos da formação de um caráter de liderança são os próprios vícios do medo, do cansaço, da preguiça, da insegurança... Com esse curso, combinado com vivências e leituras, cheguei a conclusão que em nossa mente há uma luta, uma guerra, enquanto vivemos, entre a racionalidade e esses vícios de sentimentos inferiores. Podemos escolher de forma simples a eleição da vitória da racionalidade, porém o difícil mesmo é fazer-la, em nossa própria mente, tornar-se vitoriosa.
Isso, observando colegas com características de liderança, foi bem observável no curso de montanha.Dentre nós,  os cadetes mais bem equilibrados eram os que menos medo demonstravam, com algumas raras exceções, é claro, estamos nos dando com deduções do comportamento humano.
Creio que o líder é aquele que faz o racional ser o vitorioso em sua mente, independente da circunstancia, por isso suas decisão pessoais são racionais, lógicas e, na maior parte das vezes (quando o racional vence), acertadas.
Como diz o ditado, citado no livro “Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes”, Stephen R. Covey, crie uma Idéia, da Idéia faça um feito, de vários feitos faça um hábito, de um hábito bem solidificado construa um caráter e deste colha um destino. O problema principal neste caminho entre idéias e destinos,  é o medo, e os outros vícios, que agem no feito, impedindo-o que seja realizado ou repetido até criar um hábito. Sendo que a liderança deve ser um caráter que se origina de feitos,  trabalhar as vitórias interiores contra o medo é um dos primeiros passos para se tornar alguém melhor.

Escrito por Adalberto, CAD PMMG.

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